Ocorreu entre os dias 28 de Agosto a 01 de Setembro a 13ª Assembleia Geral do Consórcio dos Fundos Africanos para o Ambiente (CAFÉ) em Arusha, Tanzânia. O evento, organizado pelo Fundo Florestal da Tanzânia (TaFF) e pelo Fundo de Dotacção para a Conservação das Montanhas do Arco Oriental (EAMCEF), reuniu vários intervenientes globais com o propósito de fomentar capacidades e partilhar experiências inovadoras em mecanismos de financiamento para a conservação da biodiversidade.

A Fundação para a Conservação da Biodiversidade de Moçambique (BIOFUND), esteve representada por Mohamed Harun, membro do Conselho de Administração, Luís Bernardo Honwana, Director Executivo, Alexandra Jorge, Directora de Programas, Fenias Nhari, Gestor Financeiro, e Rui Esmael, Coordenador de Comunicação.

Alexandra Jorge apresentou a evolução da BIOFUND, e as suas práticas para o crescimento de recursos financeiros, os quais servem de  inspiração para muitas das entidades relacionadas com a conservação, com varias iniciativas inovadoras e diversificadas, como o crescimento do seu endowment, a crescente canalização de fundos de vários doadores para as Áreas de Conservação de gestão publica e privada, e programas de capacitação e treino como o PLCM, assim como resposta a emergências, entre outros. Para além desta apresentação, Sean Nazerali, Director de Financiamentos Inovadores da BIOFUND, apresentou de forma remota, as principais ações em relação a financiamentos inovadores, com destaque para Contrabalanços da Biodiversidade, impact investment, debt swap e cartão bio.

As apresentações de mais de 20 Fundos Ambientais maioritariamente africanos, destacaram experiências motivadoras em áreas como angariação de fundos, governança, advocacia, envolvimento comunitário e mecanismos de monitoria e avaliação, entre outros.

Outras apresentações relevantes incluíram a de Ken Andrasko, Presidente da AltaVerde Consulting LLC, sobre ‘Conservação com o Sector Privado: Estratégias para Fundos Ambientais para a Conservação’, Cyrille Nkontchou, Managing Partner de Enko Capital Management sobre ‘Melhores Praticas para Fundos Ambientais de Conservação’, assim como Ludwig Liagre, Fundador e senior advisor de Financing for Biodiversity, Land and Climate Benefits, Rio Impact sobre ‘Estrategias para Fundos Ambientais de Conservação para crescerem os seus fundos de endowment’.

A 13º Assembleia Geral do CAFÉ renovou também os compromissos de grupos de trabalho em áreas temáticas especificas. A BIOFUND (Moçambique) continua a liderar o Grupo de Trabalho sobre Contrabalanços de Biodiversidade, TaniMeva (Madagascar) vai liderar assuntos de comunicação, o BaCoMab (Mauritanea) vai liderar um novo grupo criado chamado “Marine Alliance Group”, e OKAPI (DRC) vai liderar o grupo de interação com o A-PACT.

O CAFÉ é uma rede baseada em membros, em operação desde 2011, que agrega um total de 19 fundos que, entre outros, apoiam mais de 90 parques e reservas e 125 áreas de conservação comunitária e florestas comunitárias. Estas áreas cobrem mais de 270.000 km² em 20 países africanos e o consórcio gere mais de 400 milhões de dólares em dotações e cerca de 100 milhões em fundos de amortização. A presidência do CAFÉ está, de momento, a cargo do Fundo Fiduciário Tri-Nacional de Sangha (FTNS) nos Camarões.

O evento foi oficialmente inaugurado por Sua Excelência Mary Masanja, Vice-Ministra dos Recursos Naturais e Turismo da República Unida da Tanzânia. Ela elogiou as iniciativas do CAFÉ e reforçou o compromisso do governo tanzaniano na promoção de esforços sustentáveis em conservação da biodiversidade e a sua relação intrínseca com o turismo.

Dr. Théophile Zognou, Presidente do CAFÉ, apelou aos governos africanos para considerarem reformas que permitam ao ambiente ser auto-sustentável. “Os nossos países precisam de pensar em reformas que possibilitem ao nosso ambiente pagar-se a si próprio; estou a falar de reformas fiscais ecológicas”, disse.

Destaque para o recente lançamento da componente de mentoria do projecto Bridge, uma iniciativa liderada pela RedLAC (e patrocinada pela FFEM (Founds Français Pour L’Environnemente Mondial), que vai permitir pares de mentoria entre fundos ambientais do CAFÉ e da RedLAC, para uma aprendizagem mútua mais profunda em temáticas de interesse comum.

A 13º Assembleia Geral do CAFÉ discutiu ainda estratégias relevantes para reforço e sustentabilidade financeira e de governação desta plataforma, e renovados compromissos colectivos e individuais para maior dinamismo do grupo.